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Na estação de Belo Horizonte, excepcionalmente tracionado pela G-16 n° 605. Foto: Flávio F. Lage

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Tirando o chapéu para o trem da Vale

Maxwell Zaidan e José Emílio Buzelin — Centro-Oeste n° 94 — 1°--mar-1995

O trem de passageiros Belo Horizonte–Vitória está oferecendo a opção de acomodações mais sofisticadas — em conforto e apresentação — sem grande aumento de preços: a "Classe Executiva".

Antes da primeira viagem (93/Nov), foi prometido que o trem receberia acomodações de Primeira Classe com ar condicionado — mais do que um luxo, uma necessidade, dado o calor na região do rio Doce, aliado ao pó de minério em cada cruzamento com os cargueiros.

A exemplo do trem de passageiros da EF Carajás, a idéia era incorporar à Primeira Classe do "BH-Vitória" um sistema de climatização.

Como são 8 carros de Primeira em cada sentido — o que exigiria um investimento muito alto — a EFVM adotou uma solução interessante:

Alguns dos carros de Primeira receberam acomodações mais elaboradas: (1) Novas poltronas, mais anatômicas; (2) Novo revestimento interno e iluminação; e (3) Janelas vedadas e vidros com uma película de Insufilm ("fumê") que reduz a incidência dos raios solares.

O salão de passageiros ganhou mais uma porta de isolamento, entre o vestíbulo dos banheiros e o acesso interno, para conter a climatização.

O equipamento, de fabricação Thermo King, mantém a temperatura constante de 21ºC, com 60% de umidade no ar.

Há 2 aparelhos por carro, garantindo o funcionamento caso uma das unidades apresente defeito.

Sob o assoalho (bastidores) foram instalados 2 motores diesel de pequeno porte para alimentação e suporte do equipamento. Por fora, no teto, estão os dissipadores, próximos às portas de acesso.

A nova classe tem capacidade para 78 passageiros.

As poltronas de fabricação Marcopolo (as mesmas dos ônibus Paradiso) são reclináveis e apresentam mesas de apoio (embutidas) para o serviço de bordo, com uma comissária e um garçom atendendo prontamente o usuário.

Desde a aquisição da passagem, o usuário começa a desfrutar do conforto a que se propõe a nova Classe Executiva:

É possível adquiri-la até 30 dias antes, evitando atropelos de última hora.

Com os lugares rigorosamente marcados, o passageiro já embarca notando a diferença da climatização, acionada desde antes da saída do trem.

Em seguida, apresenta-se a comissária que gentilmente dá as boas-vindas, oferecendo o cardápio e o jornal de bordo, o "Jornal do Trem".

Circulam 3 carros por composição, mais 1 carro-lanchonete exclusivo para o atendimento da Classe Executiva.

O passageiro recebe o lanche em bandejas de espuma-pac envoltas em filme PVC — a higiene é absoluta.

Durante a viagem o garçom vem conferindo os pedidos, e logo em seguida acerta-se a conta, uma vez que o lanche não está incluído na passsagem.

Mas durante todo o trajeto pode-se pedir à vontade.

Os serviços não são mais caros — os preços do cardápio são os mesmos das demais classes.

Salvo uma ou outra iguaria, o que há no carro-lanchonete da Classe Executiva é o mesmo servido na Primeira ou Segunda Classe, sem distinção de qualidade.

O acesso à Classe Executiva não é exclusivo dos que viajam entre as capitais.

Pode-se fazer o trajeto entre quaisquer cidades intermediárias, nas mesmas condições das demais classes — paga-se pelo trecho, e não pela acomodação "à la percurso total".

Portanto, você pode fazer um rápido passeio, apenas para conferir a novidade, entre 2 cidades próximas — e o padrão de atendimento é o mesmo.

É curioso observar que o "BH-Vitória" é o primeiro trem de passageiros no Brasil atual a oferecer 3 classes.

Mesmo no Santa Cruz e no Vera Cruz, as cabines eram consideradas como Primeira Classe.

Na Ferrovias Paulistas S/A (Fepasa), foi adotada uma nova conceituação, mais discreta e digna para o usuário de 2ª Classe — que passou a viajar sob a imagem da chamada Classe Econômica.

Na Classe Executiva da EFVM, o passageiro sente a diferença do conforto "by run" — a estabilidade e o silêncio interno garantem a qualidade da viagem, salvo o discreto sopro do ar condicionado.

Por composição, são 3 carros + 1 lanchonete exclusivo — aumentando o trem para 18 carros.

Somados mais 3 que aguardam em Desembargador Drummond (vindos de Itabira), a composição atinge agora 21 carros — tudo isso, tracionado por 2 valentes G-12, que dão conta do recado com desempenho e velocidade.

A nova classe é isolada das demais. A porta de comunicação com a Primeira Classe permanece trancada para "passeios" ou "visitas", contendo a climatização. Mas o passageiro pode migrar para a Classe Executiva durante a viagem, desde que haja lugar e pague a diferença.

Contudo, a Classe Executiva não veio causar constrangimento.

A qualidade e a atenção ao passageiro, na EFVM, é nivelada por cima — a diferença entre as classes está apenas nas acomodações. O atendimento é o melhor possível, a todos.

A Classe Executiva foi inaugurada oficialmente em 94/Outubro, em viagem entre Belo Horizonte e Barão de Cocais, com a presença de autoridades da CVRD / EFVM, convidados e usuários.

A Associação Mineira de Ferreomodelismo participou com alguns de seus associados, como convidados da empresa.

Cada carro custou US$ 130 mil. Ao todo são 6 carros (3 por composição) mais 2 de reserva, classificados como EC (executivo carbono), e foram reformados pela Cia. Comércio e Construção (CCC), a mesma do Trem de Prata: — EC-204, 227, 221, 210, 224, 229, 217 e 213.

Tanto estes, quanto os da Primeira Classe, são carros de fabricação romena.

Uma viagem confortável e muito econômica, é o que a EFVM nos oferece com o "BH-Vitória", ou "Rio Doce".

Com saídas diárias e sem atropelos, esta é mais uma prova daquilo que o bom gerenciamento ferroviário pode realizar.

Fortemente amparado pelo marketing da Cia. Vale do Rio Doce (CVRD), o "Rio Doce" (nome original do trem) ou "BH-Vitória" (como é chamado agora) tem garantido lotação completa em suas viagens diárias e simultâneas entre as capitais mineira e capixaba, desde 93/Nov, dado o sucesso junto aos usuários — tratados com atenção e dignidade.

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